exer citando

quarta-feira, junho 21, 2006

fada

E quando a coisa ainda estava para acontecer, antes mesmo de se chegar à bruma, ouviu-se um estampido, um som ensurdecedor do lado de fora. fora dali havia um pássaro e ele hibernava nas nuvens, floco após floco de sonho, inimaginável, até o dia em que chegaria o trovão e sugaria todo o resto de pó do espaço. ele quis avisar de sua chegada, mas não houve como, todos estavam em polvorosa com a saída de fada, ela partiu e nada mais importava naquele momento, era só ela e o seu vazio espacial, vazio que deixara de tanto se ausentar de si mesma. fada não anda, fada não chora, fada apenas passa e não deixa rastro ou sombra, fada levita. e justo nesse dia aconteceu a pane geral. era uma vez pó, era uma vez chão. acho que fada pressente e antes que não mais sentisse o seu chão fada deu no pé, fada criou asas e nem disse adeus.