Percorrendo as
palavras e os sentimentos que nos tornam humanos, me deparo com o absurdo da
força e do poder de continuar. Seguir e recomeçar são quase tão fatais quanto nascer, como se fosse o nosso destino mais irremediável e provável. Vejo nos olhos da
menina que roubava livros um amor similar ao que eu percebo em mim em relação à
vida, algo que é dádiva e é coragem também, algo que nos move apaixonadamente,
de paixão serena e construtiva, de uma resignação que supera qualquer dor e
encontra sempre novos horizontes para se mirar, sabendo que a vida não pode ser
desperdiçada e nem mal aproveitada por causa das intempéries do tempo. Nos
olhos dessa menina, vejo um mundo inteiro se movendo e criando, tendo como base
além das palavras um enorme coração e uma enorme força de vontade, qualidades
essenciais para qualquer navegador ou transeunte que almeja se aventurar na
própria vida. A menina que viu nascer no horizonte uma nova possibilidade para
viver e encontrar a si mesma no labirinto de palavras e de almas perdidas e
encontradas, a essa menina eu empresto o meu corpo e a minha vida e compartilho
com ela os desejos mais profundos e sublimes, também simples e delicados como
um último suspiro. Sentimos e escrevemos o nosso caminho com a gratidão de quem
recebe um beijo de amor.
“A
pessoa é tão boa quanto a sua palavra"
“Palavras
são vida"
A
menina que roubava livros.
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