exer citando

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Do prazer do cachimbo

Agora entendo porque eu jamais poderia ser uma fumante de cigarros, eles são vorazes, fugazes e nunca se contentam com apenas uma tragada; eu gosto mesmo é de cachimbo, apagam rápido mas permitem que você usufrua deles sem ansiedade, prazeres curtos que marcam muitos mais o paladar, e combinam tanto com a leitura de um livro, uma boa conversa ou até mesmo passar um tempo em sua sala admirando seus móveis e quadros na parede. O cigarro te cobra que você o procure com muita frequência, quase como aquele amigo que não passa um dia sem te ligar, você não tem novidade nenhuma pra contar mas ele precisa ouvir a sua voz; já o cachimbo fica lá tantas vezes esquecidinho na estante e um belo dia você o acende e tem uma relação tão íntima com o danado que parece que foi ontem a última "quase"tragada. É por isso que sou uma pessoa de poucos amigos, acho que cada vez mais; isso me deixa triste por um lado e feliz por outro como quase tudo na vida, mas o gosto frequente da nicotina trava a minha garganta e dói o meu pulmão, prefiro reter dentro de minha boca por alguns instantes a fumaça e depois soltá-la ao ar.

3 Comments:

Blogger fabio ferreira said...

então é isso...
acho q sou viciado em nicotina
bj

4:17 PM  
Blogger fabio ferreira said...

dedel
A convite de Bela, entrei na ciranda e estendo o convite a vc. Trata-se da seguinte tarefa: Agarrar o livro mais próximo; Abrir na página 161; Procurar 5ª frase completa; Colocar a frase no blog; Repassar pra cinco pessoas. Espero que tope participar. bjs!

7:38 PM  
Anonymous Anônimo said...

Certas coisas são difíceis de se fazer na vida. Uma delas é fumar cachimbo. Acho que deveria ser mais simples, mas como tantas outras coisas exige um período de aprendizagem e quiça um instrutor. Definitivamente não sou um autodidata. Acho admirável quem consegue aprender sozinho. É a coisa do esforço próprio, do mérito, da exigência de si. Algo também um pouco cartesiano: Descartes descobre e prova a própria existência sozinho, a existência de Deus a partir de si mesmo e o mundo abre-se como um desdobramento do "eu". Tanta coisa há numa afirmação aparentemente tão trivial quanto "Penso, logo existo". De uma inteligência e simplicidade que me deixa constrangido, mas não convencido. Pois perguntar pela própria existência é algo que soa absurdo. Alguém em sã consciência faria uma pergunta dessas: Eu existo? Por incrível que pareça, houve quem o fizesse, e não relegou a isso um mero devaneio.
Mas eu daqui da minha poltrona sinto-me impotente para ascender um cachimbo. Tento uma constância ao inspirar, manter a brasa acesa, o prazer de ver a fumaça tomar meu rosto me deixa provisoriamente satisfeito. Mas a brasa se foi mais rápido que a fumaça. Tento novamente. Vejo quantos pálitos de fósforos já gastei no empreendimento (um fumante de cachimbo experiente não gasta mais que dois, que são acesos simultaneamente a fim de criar uma chama mais consistente) e surpreendo-me com dez, e o pior, sem sucesso. Preciso de um mestre. Descartes me constrange, ele é um mestre de si mesmo. Eu sou pura carência, falta. Careço, logo existo.
É só isso, menina de poucos amigos, que um velho amigo, por hora, tem para dizer. Quem vos fala?
Ora, Kleyson!

6:38 PM  

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