exer citando

sexta-feira, junho 07, 2013

De um banho de banheira

Enfiu minha cabeça num amontoado de espuma de banho dentro da banheira.
Vejo bolhas translúcidas e coloridas e vejo caminhos.
Caminhos suaves por entre as micro bolhas qual colméia cheirosa e fina, leve.
É gostoso enfiar a cabeça dentro de um amontoado de espuma de sabão,
e ouvir aquele som de bolhas estourando, relaxa.
A água estava morna e aconchegante e meu corpo estirado, boiando.
Às vezes tudo que a gente precisa é um pouco de água e silêncio,
o silêncio feito pelas bolas de espuma e pelo motor da hidromassagem,
parece até que alguns corpos saem de mim após um bom e longo banho.
É que a densidade corporal aqui na terra não nos permite sutilezas,
mas se soubermos tirar algumas camadas de epiderme morta e sem função,
a gente vai se aproximando um pouco mais da leveza.
O tema morte tem rondado muito nos últimos dias,
e com ela todo o seu pavor e toda a sua necessidade de compreensão.
Como esses corpos que se vão após um bom e longo banho,
alguns corpos precisam de outro destino, uma outra orientação.
A sensação no corpo após essas descamações é suave,
como se um peso tivesse sido retirado,
pelo menos essas após um bom banho,
quanto às outras eu não sei dizer, vai depender muito,
principalmente essas em que todo o corpo físico se vai.
São muitos os mundos e muitos os caminhos.