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sexta-feira, junho 28, 2013

Eu e o silício

Confesso uma certa indisposição às vezes com o silício, o excesso dele me agonia.
Tudo bem, falo especificamente de computadores e telas de um modo geral que aos poucos vão nos programando e nos seduzindo com as suas tantas possibilidades.
Ou talvez fale de algo mais invisível que é a relação dele com o nosso corpo, sua proximidade.
Hoje voltei das minhas aulas onde encontro toda a geriatria e senti um conforto em poder vê-los, todos com seus corpos e seus limites de contato e extensão, ainda assim há algo ali que me emociona e percebo o quanto a juventude é cruel ou é cruel o que a nossa sociedade fez com o envelhecer, tirando-lhe seu valor.
Às vezes aprendo só de ficar calada perto deles, e sinto também a angústia que muitos passam por ver tantas limitações físicas chegando, tanta dor, e penso o quanto é importante nos prepararmos para mais essa etapa em nossas vidas, fazendo o que nos é devido e possível.
Não dá pra engaiolar a juventude e mantê-la eternamente, o pássaro morre de tanto cantar pra ninguém.
Ok Silício, você é legal e avançamos bastante em nossas comunicações, mas o corpo a corpo é essencial e indispensável pra mim, fico aqui semeando neste solo de papel branco mas o que eu queria mesmo é que os pássaros se encontrassem novamente e sentissem o que é bicar a terra e o que é ouvir o canto do outro.