Da filosofia tropical de Jorge Mautner à Nova Era

Ontem fui agraciada pelo show de Jorge Mautner no Conversas Plugadas no TCA, um show que vai além da música, é quase como uma aula de história com visões futuristas tropicais, um grande prazer.
Uma criatura que resumia ali boa parte do que eu precisava ouvir para ganhar mais um gás. Não estou sozinha, estamos espalhados, mas os semelhantes sempre se encontram, mesmo que seja num show de música e que bom que seja num show de música.
À minha frente estava uma síntese em movimento de muitas coisas que também acredito e compartilho esperançosamente, qual neurônios saltitantes que saem da mãe para o filho engravidado.
Um país imensamente rico de cultura, tecnologia em desenvolvimento e mentes abertas para receber o novo, que é quase como receber a si mesmo. Miscigenação é a nossa pureza, herdamos dos gigantes da civilização indígena um arsenal de conhecimento biológico e mítico que traduz boa parte de nossas riquezas, querendo ou não somos índio e preto também.
Defensor da nova era e de estarmos no berço de uma nova civilização que pode oferecer ao mundo algo mais do que tanques de guerras e carros blindados de um império pré decadente, Jorge Mautner soou pra mim quase como uma trombeta. Vivam os poetas e os profetas que não guardam para si as suas visões e viva o espírito libertário de Jesus de Nazaré.
Saí de lá extasiada e com a biografia dele em punho.
Mais um dia.