exer citando

sexta-feira, janeiro 16, 2009

Do prazer do cachimbo

Agora entendo porque eu jamais poderia ser uma fumante de cigarros, eles são vorazes, fugazes e nunca se contentam com apenas uma tragada; eu gosto mesmo é de cachimbo, apagam rápido mas permitem que você usufrua deles sem ansiedade, prazeres curtos que marcam muitos mais o paladar, e combinam tanto com a leitura de um livro, uma boa conversa ou até mesmo passar um tempo em sua sala admirando seus móveis e quadros na parede. O cigarro te cobra que você o procure com muita frequência, quase como aquele amigo que não passa um dia sem te ligar, você não tem novidade nenhuma pra contar mas ele precisa ouvir a sua voz; já o cachimbo fica lá tantas vezes esquecidinho na estante e um belo dia você o acende e tem uma relação tão íntima com o danado que parece que foi ontem a última "quase"tragada. É por isso que sou uma pessoa de poucos amigos, acho que cada vez mais; isso me deixa triste por um lado e feliz por outro como quase tudo na vida, mas o gosto frequente da nicotina trava a minha garganta e dói o meu pulmão, prefiro reter dentro de minha boca por alguns instantes a fumaça e depois soltá-la ao ar.