exer citando

terça-feira, janeiro 29, 2013

Já não era sem tempo

Quanta coisa.
Mudança de endereço, reforma e 2 crianças alucinadas de férias.
3 bons motivos pra não ter tempo pra nada, nem mesmo escrever, aliás um quarto motivo, internet 3G da TIM, boa mer....
Enfim, volto hoje a escrever, após um mês intenso e cansativo.
Não deveria nem voltar a escrever hoje que é lua cheia, ela mexe muito comigo, muitas vezes me tira do eixo, e hoje foi um pouco assim.
Férias, família, crianças demais, gente demais, idas e vindas demais, recordações, irmãos e irmãs, problemas de cada um, pequenas soluções e pequenas desavenças. Bastante intenso.
Me sinto um tanto quanto exaurida e desorganizada, esse rabicho do dragão ainda queima, mas logo logo ele se vai e quem chega é a serpente...o que não quer dizer muita coisa em termos de facilidades, porém tende a ser um ano bom pra mim, preciso.
Minha gata subiu na minha cama e olha pra mim com aquele olhar só dela, retribuo com a mesma intensidade. Sinto uma pressão gasosa a subir, fico meio tonta, a libero. Ainda me sinto muito desorganizada pra escrever, mudança com obra por fazer me deixa meio louca, o lugar ainda não responde exatamente ao meu comando, à minha presença, ainda estamos nos encontrando, ainda estamos nos preenchendo com nossas respirações, procurando o encaixe para que tudo flua da melhor forma possível, é um momento delicado e exige um pouco de dedicação pra que a gente fale a mesma língua.
Vou falar um pouco mais de família hoje, porque esse mês foi demasiadamente intenso de parentes e familiares, às vezes tinha vontade de sair correndo relembrando os 13 anos, quando eu saia da casa de praia e ia me esconder numa boate meio chumbrega chamada: La Sereia, ao som das lambadas da época. Minha mãe com os cabelos em pé sem saber meu paradeiro, depois de chorar muito entre risos e lambadas, voltava pra casa pretinha de tanto sol, é engraçado lembrar...às vezes não, santa amnésia.
Foram muitas recordações esse ano, algumas memórias que eu já tinha apagado, muitas gerações juntas às vezes me confunde, em qual delas eu me encaixo afinal, sou aquela menina de 13 anos assustada e indignada com o próprio peso dos seus ombros, sou a mãe de 35 que ainda distoa do padrão familiar mas que teme repetí-los, ou sou a avó impaciente que ainda não me tornei ao olhar a minha mãe? Não sei, gerações, vidas, sangue e memórias, é tudo o que posso traduzir deste mês de janeiro.
Saudades de ti, saudades de escrever em ti, você me ajuda a me organizar e apesar de toda a minha tendência à reclusão e há quem diga ao escapismo e ao desapego, confesso aqui que ninguém nesse mundo vive só, algo sempre será criado, quando não alguém, para compartilhar nossas existências.
Vou finalizar por aqui, a solidão temporária já não me acompanha, vou lá compartilhar a paciência. Boa noite para ti, saudades