exer citando

quarta-feira, outubro 16, 2013

Sem mais.

Eu não tenho mais paciência pra certos tipos de entretenimento. Acho que envelhecer é também aprender a selecionar o que se vê e o que se sente, criar algum tipo de filtro para lidar com tantos quereres, espreitar a si mesmo em pleno ato indevido e ordinário.
Não tenho mais nenhuma necessidade de brincar de caça e caçador, isso eu deixo para os meus antepassados que tanto se aventuraram na odisséia de viver em lugares tão hostis.  Eu gosto de brincar, mas meus dois filhos já me cansam o suficiente neste tipo de diversão. Eu quero mesmo estar aonde estou, aprendendo.
A vida é mesmo assim, saber dizer oi e adeus quando chega a hora.

Abençoados pelo próprio criador

                      As pedras no caminho só nos deixam mais fortes.

segunda-feira, outubro 14, 2013

Algo sobre o espetáculo QUARTO AZUL


QUARTO AZUL não fala de falta, mas de presença.
O som da rua; do vento; a grama molhada; as formigas das árvores; o cachorro que passa; a criança que corre. Nada é assim tão fatal que não se possa prosseguir.
“Para lançar esse grito eu me esvazio.
Não de ar, mas da própria potência do ruído” (Antonin Artaud)

quinta-feira, outubro 10, 2013

Relatos de uma noite chuvosa

Ninguém mandou mexer no ebó pra Iansã,
deu no que está dando, chuva sem parar.
...
Sarah Vaughan tocando em meu computador,
Bart Simpson voando feito uma mosca na luz à minha frente,
sacos empilhados de roupas para doação em cima do armário,
sapatos na estante.
Caem penas brancas na parede atrás da minha cama,
em minha cabeça.
A lâmpada da luminária acabou de estourar pela segunda vez,
a algo desregulado nela, circuitos elétricos,
Iansã deve estar chateada_ perdão por todos que lá estavam!
Os dedos das minhas mãos deslizam e entreabrem os dedos dos meus pés,
gera uma fricção, um calor no ar,
chega uma águia com seu olhar penetrante.
Volto a ouvir e a cantar com Sarah
e minha noite parece nunca acabar, aliás
acabar pra quê? pra quê acabar?
...you're my sugar...

terça-feira, outubro 01, 2013

Transcrevendo

"Deixar meu trabalho e começar minha vida como escritor foi um tremendo risco. Aquilo foi como um salto do precipício, um tiro no escuro. Mas qualquer coisa que tem valor nas nossas vidas seja uma carreira, uma obra de arte, uma relação, começa sempre como num salto desses. E para estar capacitado a dá-lo você tem que deixar de lado o medo de cair e o desejo de ter êxito. Tem que fazer essas coisas completamente puras sem medo, sem desejo, porque as coisas que fazemos sem luxúria ou ambições são as mais puras ações que podemos fazer."
 
Alan Moore