exer citando

domingo, julho 29, 2007

Da nuvem e do vento

Da varanda do meu quarto olho para o céu e percebo que todo dia escurece e clareia e em nunhum dia as nuvens, que seriam a representação mais "palpável" de "objeto", se encontram dispostas do mesmo jeito. Porque então eu tenho que sofrer e me reprimir tanto por seguir o "padrão" mais natural que observo: a mudança e a impermanência das coisas e eventos. Daí noto a minha existência como mais um evento e a dificuldade de seguir um carreira sem ter que antes ou em algum momento abdicar dela. Confesso que isso muitas vezes não é reconfortante quando você olha em volta, e até pra dentro, e percebe que você tem tudo pra seguir e ainda assim não segue. Vai ver eu sou nuvem e não sei, ou vai ver eu sou o vento que faz a nuvem se mover.

sábado, julho 21, 2007

Feito João bobo

Estamos a um passo da esquerda ou da direita.
O mesmo corpo que pende e pesa também flutua.
A mesma mente que argumenta se vê refém de seus argumentos.
Aquele que chora é o mesmo que sorri.
Entre o amor e o ódio há uma distância incomensurável
não sei se pra perto ou pra longe.
Para fraquejar basta mesmo estar respirando
a vigília tem que ser constante e para mim
que nunca fui muito chegada a disciplina,
percebo que somente através dela eu posso me equilibrar.
Só hoje eu ouvi a mesma frase mais de uma vez, de bocas diferentes,
que é assim mesmo, não muda nada!
E soa como oráculo dito e levado pelo vento.
Não há nada de novo, o que se faz hoje, foi o mesmo que se fez
há tempos atrás e o mesmo que se fará amanhã,
nada muda "debaixo desse sol".
Às vezes me sinto uma tola, às vezes uma sábia
e ainda assim o mesmo fim terei eu sendo uma ou outra.

sexta-feira, julho 20, 2007

O ciclo rotativo da política brasileira

Os políticos brasileiros pensam que o poder público é uma brincadeira, um parque de diversões para se tornar (e entornar) dinheiro público em privado. Se o Brasil fosse a Inglaterra eles se reuniriam no "Chá da cinco", mas aqui faz-se uma grande roda de samba que acaba tudo em pizza, e fica tudo por isso mesmo já que sempre vai ter "alguéns" esperando a hora de catar os farelos e beber os restos de cerveja dos copos, e o pior é que quem lava a louça prapara tudo pra o dia seguinte. A nós eleitores fica o "dever" de votar e assim sermos cidadãos "cadastrados" e atuantes no país, assistindo a toda essa palhaçada sem graça que acontece bem diante dos nossos olhos e como "bons" brasileiros não fazer nada. Um dia a casa cai, para todos.

quarta-feira, julho 18, 2007

Para Marthabrum

Nem sempre o que a gente procura é o que a gente acha.
Mas o que a gente precisa achar,
um dia a gente aprende a procurar direito.

terça-feira, julho 17, 2007

Probabilidades e possibilidades

Por mais que eu pergunte a resposta é sempre a mesma: • ~~~~
Então usa o teu coração ascencionado pra manifestar o que te for mais “puro”, conectando-se com a força da “probabilidade” criadora que te ilumina e te faz ser o que é, já que por mais insondáveis caminhos que percorramos para saber o que é ser, a resposta é sempre • ~~~~

sábado, julho 14, 2007

Continuos da mesma madrugada

Por mais que eu acerte as horas do relógio do meu computador
ele nunca segue o padrão da contagem das horas.
Não seria isso sintomático?
Já que eu estou aqui mesmo nessa madrugada sem sono
vou continuar escrevendo e publicando para "0 comments"
dá a sensação de que isso tem alguma função e assim também eu,
Por mais que as palavras nunca alcançem o refinamento
do instante em que se chega a algo,
por maior que seja a erudição do escritor.

Mais um que escreve.

Dos meus ouvidos saem cera na madrugada
Fazem zumzum num ritmo constante.
Lá fora silêncio e uma sexta a noite
Aqui dentro luz acesa e gata na cadeira.
Na minha frente o reflexo do espelho
na sala de trabalho dos meus cabelos,
E um emaranhado de pratos na estante.
Aos meus pés ladrilhos ranjentes e alvos
como o som próximo da dilatação.
Lá fora entra uma folha pela janela
Um olho me olha
O outro me esqueçe.
Sou só mais um na madrugada que escreve.

quarta-feira, julho 11, 2007

Das maravilhas do mundo subatômico

A natureza paradoxal da realidade deveria nos fazer questionar a ordem das concepções, uma vez que normalmente costumamos crer que as coisas derivam da matéria, ou seja é matéria fazendo matéria. Mas quando percebemos do que a matéria é feita em "última instância" (?)- e para isso os físicos têm se dedicado bastante a fim de solucionar grandes incógnitas da humanidade que precisam de uma demonstração "física" para se concluir algo que, por sinal, muitos iluminados já concluiram há muito, mas muito tempo atrás - deveríamos no mínimo raciocinar que quem deriva é a matéria (da imatéria) é ela que vem depois, ela não é e penso que nunca será a origem primeira da existência das coisas. Aparentemente ela é, mas aparentemente muitas coisas também são. Nós somos um aglomerado de possibilidades e probabilidades em equilíbrio dinâmico, sempre dinâmico . ~~~

domingo, julho 08, 2007

A EXPERIÊNCIA DA ENXAQUECA: EIS A QUESTÃO.

A mais recente dor de cabeça que tive me fez ver que a dor encontra-se no nível do ser. O que normalmente acontece comigo durante esses processos de dor, é sentí-la até o último grau, uma vez que não faço uso de medicamentos, e o que se dá é que a dor chega a graus tão insuportáveis que eu apago, durmo, entro em alfa, em ômega, ou em alguma camada extratosférica que me permite não ser e quando não sou eu não sinto dor. Há uma consciência, com certeza, ou pelo menos a resgatei quando fui voltando para o nivel do ser e resgatei com ela também a dor. Percebi que a experiência do não ser foi insuficiente para eliminar por completo a dor no nível do ser e por isso quando acordei a minha cabeça ainda latejava, eu estava enjoada e logicamente desapontada em ter acordado, uma vez que a dor só passa após algumas horas de sono profundo.
Dessa experiência derivam-se outras questões acerca do ser e do não ser, acerca da consciência ativa mesmo adormecida, acerca de outros níveis de consciência e existência, daqueles que se sente com os olhos fechados. Percebo então, mesmo que por um lapso de segundos, considerando a nossa cronologia de tempo, diferenças reais de algo que muitas vezes parece irreal, a velha dualidade expressa por Shakespeare e por outros que já se fizeram a mesma pergunta: SER OU NÃO SER? EIS A QUESTÃO. E para não parar por aí acerca da natureza dual do ser, não seria essa percepção do real que nós captamos vivendo nossas vidas diárias e rotineiras irreal? Sem resposta até o momento, obrigada e boa noite.

quinta-feira, julho 05, 2007

Do peso do inferno

Quando eu manifesto o meu inferno, não o faço em prol de um julgamento dos homens que também o sentem, mas faço para manifestar o quão pesado é o que se sente quando se manifesta o inferno e a partir daí trabalhar a força contrária e benevolente

quarta-feira, julho 04, 2007

" As letras combinadas é que dão sentido, sozinhas elas não soam. É como as pessoas."

Dionísia- figura incrível moradora do Sul do país.
PS. Analfabeta e fundadora de uma pequena associação de pessoas pobres materialmente.