exer citando

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Poesia da hora

Como um ovo que se cozinha pela metade
Acrescenta sal, azeite e pimenta do reino 
E se toma como complemento protéico alimentar,
Estou eu a lidar com a minha carência vitamínica.

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Dos Mundos maravilhosos que desconhecemos

Acabei de adentrar a Caverna dos sonhos esquecidos de Herzog. Quanta coisa desconhecemos e apenas deduzimos ao entrarmos em contato. Formações belas e brilhantes cristalizadas, desenhos que são um assombro de tão expressivos, cadáveres ósseos espalhados pelo chão da caverna como uma lembrança ainda mais material de vidas que por ali passaram e ficaram. Tudo é história. Pesquisadores, perfumistas e até malabaristas se rendem ao adentrar a caverna, só mesmo se distanciando dela pra tentar entender a sua dimensão, coisa que não é fácil pra nenhum deles inclusive. A tridimensionalidade ajuda bastante na percepção daquela atmosfera, não a reproduz, mas já distancia menos que a bidimensão e isso pro expectador já amplia seus horizontes cognitivos.
Me lembro da algumas sensações ao adentrar em cavernas e grutas, nenhuma nessa dimensão e nem com esse histórico de desenhos intocáveis a mais de 28.000 anos, mas me recordo do silêncio, das gotas de água formando estalactites e estalagmites, da pressão atmosférica e às vezes do meu estômago. 
Algo curioso sentido pela equipe de filmagem e também por alguns pesquisadores e entre os próprios descobridores da caverna, foi a sensação de estarem sendo observados, como se eles estivessem atrapalhando o trabalho do povo paleolítico, era um alívio voltar à superfície.
Mundos, mundos e mais mundos são descobertos pelos seres que já viveram e que ainda vivem neste planeta, impomos o nosso olhar porque contamos a história sob o nosso ponto de vista, claro que ignoramos o ponto de vista do crocodilo albino que também enxerga o mundo e que o registra a seu modo e deixa os seus rastros pela existência. Seres temidos e temíveis já passaram por aqui, cada qual com o seu pavor e com a sua ressalva e será sempre espantoso a inter relação entre as espécies.
As pegadas de um lobo e de um menino de mais ou menos 8 anos levantam algumas suspeitas sobre essa história, seriam o menino e o lobo amigos? estaria o menino fugindo do lobo? ou cada um entrou naquela caverna em épocas diferentes? Não há resposta para essa pergunta, assim como não há respostas para tantas outras, o que fazemos nós na impossibilidade de conhecer a verdade, é criar e inventar histórias sobre o que vemos, desejamos e imaginamos.

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

o vento e a voz que entra

Como é bom escutar uma boa voz, uma voz que entra pela janela junto com o vento, sussurrando, sem muita imposição mas com presença. Neste minuto estou me referindo a James Blake, essa voz que dividi comigo essa sala e essa noite, que me faz lembrar algumas cantoras de jazz com os minimalismos da nossa contemporaneidade. Muito boa companhia. Inspiradora. Um som que com certeza atravessa fronteiras e se adapta a vários ambientes e lugares sem sufocar. Viva a elegância sonora e compositiva.