exer citando

segunda-feira, maio 20, 2013

Comecei o dia pelos anos 80 e acabo a minha noite com o álbum Overgrown do James Blake.
Acho que tá bom por hoje.
Hasta.

http://social.entertainment.msn.com/music/blogs/blog--james-blake-an-evil-genius-at-work

Back to 80`s

Hoje acordei com Nikka Costa na cabeça cantando On my Own.
Incrível como 30 anos viram ontem, literalmente me reportei ao quarto de meus pais num sábado a tarde a sós e o radinho tocando aquela música melancólica que eu não entendia nada, mas chorava junto.
Pronto, disso aí virou uma overdose de anos 80 no computador, de love songs a rock paulera. Quem "guenta" com uma mulher sozinha dentro de casa? - momentos únicos hoje em dia - dou risada sozinha e me derreto pelas paredes,  parece que foi ontem... mas é mesmo.
Tantos sonhos, tantos sentidos, desejos, invenções. Nossa cabeça muda muito, mas a memória nos faz chegar mais perto um pouco do que fomos e de como sentíamos e podemos montar melhor esse quebra cabeça que somos nós. Eu gosto.
Eu gostei muito dos anos 80, muitas canções e emoções vividas - um leve sorriso se abre! Como a recordação de algo que já foi e de algo que virá, sem pesares e sim com a leveza da felicidade quando ela vem, como aquele sorriso que não se controla, que segue o movimento involuntário dos músculos da face e talvez do coração também. 
Eu gosto de todos os tempos na verdade, é que hoje eu acordei 80 e assim eu deixei ser.

domingo, maio 19, 2013

Dançando

Dançando pela casa
Pela sala
Pelo corredor
Em cima da cadeira
Embaixo da mesa
Lavando os pratos e ouvindo o ruído que isso faz
Fazendo dança, fazendo música
Procurando espaços vazios aonde eu possa apoiar a minha cabeça.

sexta-feira, maio 17, 2013

Trecho de uma entrevista de Clarice L.

Em sua única entrevista cedida a uma rede de televisão_TV Cultura.

Pergunta do entrevistador:
- Mas você não renasce e se renova a cada trabalho novo?
Resposta de Clarice:
- Bom agora eu morri, vamo ver se eu renasço de novo. Por enquanto eu tô morta, tô falando de meu túmulo.

Ela se referia a como se sentia ao terminar uma obra, nesse caso foi A hora da Estrela, último livro escrito em vida, no ano de 1977, mesmo ano da entrevista e de sua morte.

quinta-feira, maio 16, 2013

A Paixão segundo G.H.

“Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia – a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la –, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me mesmo seja de novo a mentira que vivo.”

Clarice Lispector, 1964

Perto do coração selvagem

“Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!”

Clarice Lispector, 1943.

terça-feira, maio 14, 2013

Série_Carros

 
Carro de policia de corrida 89
                                         Carro de sorvete e 20 nuvens
                      Mamãe dirigindo, a sinaleira, o sol, o poste, a nuvem
                                  Camburão da policia com muitas camas

Desenhos e títulos de Lao

domingo, maio 12, 2013

MATERNIDADE – ESTADO OU QUALIDADE DE MÃE

Aproxima-se a data que convencionamos para comemorar o dia das mães, um dia para agradecermos a essas ou esses que desempenham o seu papel maternal em nossas vidas. Quando falamos de mãe falamos de tudo aquilo que cuida, zela, abraça, acolhe, educa e encaminha, devolvendo para a própria vida tudo aquilo que foi gerado e compartilhado.

Nisso incluem-se as mães parturientes, as mães adotivas, os pais maternais, os cuidadores dedicados parentes ou não, os educadores que abraçam suas profissões com a dignidade que elas merecem e todos aqueles que invariavelmente agem com espírito maternal. Talvez devêssemos agradecer em primeiro lugar à Terra, o nosso planeta que nos guarda e nos dá toda a condição para que possamos crescer com o melhor que só mesmo uma mãe muito dedicada pode ofertar aos seus filhos, nos dando acima de tudo liberdade para habitarmos e traçarmos nosso caminho sobre ela.

Nós acreditamos que todos os dias são dignos de comemoração e afeto às nossas mães, e por isso mesmo preferimos comemorar em família já que este é um conceito que se estende a todos que compartilham amorosamente com seus entes queridos. Para nós importa a troca, a partilha, a colaboração, o cuidado, a criação conjunta e o amor, por isso comemoraremos essa data especial em dois momentos, dias 18 e 25 de maio para que possamos realmente interagir harmoniosamente.

Que possamos vivenciar ternamente não só esta data, mas todos os dias de nossa querida MATERNIDADE, reconhecendo nela o seu caráter de doação e sendo gratos por suas bênçãos.

 

Texto escrito para Escola Arco-Íris em homenagem ao dia das mães.

 

sexta-feira, maio 10, 2013

Touching



quinta-feira, maio 09, 2013

Peu Sousa e Elena

Após algum tempo ante o choque do suicídio de um amigo, valem algumas palavras.
 
Não bastando a triste sensação de uma perda prematura e de um vazio indizível que ficará para a família, saímos eu e Paulo para relaxar um pouco e assistir a pré estréia de um documentário chamado "Elena", não sabíamos nada sobre a sinopse, mas as boas críticas nos fizeram ir.
Antes de entrar na sala encontramos uma amiga, que digasse de passagem vestia preto e veio nos cumprimentar ainda chocada com o acontecido e comentou: É, vai ser uma barra assistir a esse filme depois de tudo tão recente, o filme fala sobre suicídio! 
Uma onda de arrepio circulou entre nós três, lastimamos.
O filme começa e, já sabendo de sua temática, ficamos na espectativa silenciosa dos fatos.
O filme corre, segue e o f-ato não vem, mas sua narrativa nos faz boiar qual a moça do cartaz, que é a diretora do filme que relata não apenas o suicídio da irmã, mas como ela e sua mãe fizeram para lidar com esse fato, como elas conseguiram resignificar essa perda. O documentário é excelente, realmente incrível para um primeiro trabalho, muito poético, feminino e digno. Daria um outro texto gigante sobre ele, mas vou me deter apenas a coincidente temática da semana.
Cada um decidiu extinguir com sua vida de maneira diferente, uma entorpecendo-se com remédios e cachaça o outro atando sua cabeça ao seu próprio cinto, ambos jovens, artistas e sonhadores desejando a fama.
Ambos com um aperto no peito.
 
A última lembrança que eu tenho de Peu foi a uma semana atrás, quando nos encontramos na casa de Rebeca. Eu estava bem gripada e praticamente sem voz, rouca. Rebeca fez uma chá de gengibre pra mim e comentou que o ideal seria uma romã. Pouco tempo depois Peu chega lá com uma romã linda e doce na mão trazendo de presente pra ela. Nos entreolhamos admiradas com a coincidência e ela falou: Ele trouxe pra você, pode ficar! Ele abriu a romã, dividimos o fruto com todos que estavam na cozinha e ele fez um chá com a casca e me ofertou. Bebi agraciada e agradecida pela bela coincidência. Ele falou pra gente que romã era a fruta de Afrodite, era amor ao contrário, pensei: que bom, para desfazer os mal entendidos que passaram.
Mas havia uma tristeza nele, um buraco, como em quase todas as vezes que nos encontramos. Apesar de todo o seu sol!
Em parte sabíamos porquê.
Uma semana depois a noticia.
A serpente cumpriu o seu ciclo fechando-se nela mesma.

quinta-feira, maio 02, 2013

Diálogo entre Alexandre O Grande e um brâmane

Alexandre convidou, para virem a Taxila, vários ascetas brâmanes, famosos por sua habilidade em responder a questões filosóficas com sabedoria oracular. Plutarco faz o relato das escaramuças verbais; o próprio Alexandre formulou todas as perguntas.
- Quem são mais numerosos, os vivos ou os mortos?
- Os vivos, pois os mortos não existem.
- Quem tem os maiores animais, o mar ou a terra?
- A terra, pois o mar é somente uma parte dela.
- Qual é a mais inteligente das feras?
- Aquela que o homem ainda não conhece. ( o homem teme o desconhecido)
- O que existiu primeiro, o dia ou a noite?
- O dia, surgindo um dia antes. - Esta resposta fez com que Alexandre traísse a sua surpresa; o brâmane acrescentou: - perguntas impossíveis exigem respostas impossíveis.
- Qual a melhor forma de um homem se fazer amado?
- Um homem será amado se, de posse de grande poder, não se fizer temido.
- Como pode um homem tornar-se um deus?
- Fazendo o que é impossível que um homem faça.
-Que é mais forte, a vida ou a morte?
- A vida, porque carrega tantos males.

autobiografia de um yogue.